Na manhã desta quarta-feira, dia 10/05, agentes de endemias da Vigilância em Saúde procederam a coleta e retirada de caramujos africanos de um terreno na área central da cidade.
Após receber a informação de vizinhos do terreno, a Vigilância esteve no local e constatou se tratar da espécie e seguindo o manual de Endemias, os caramujos foram coletados e destruídos seguindo a técnica recomendada, pois esta espécie pode possuir um verme que transmite a meningite e hemorragia estomacal.
Após a limpeza da área, a Vigilância segue a inspeção em terrenos e quintais próximos, para não permitir a proliferação dos caramujos.
O caramujo africano é uma espécie hermafrodita, podendo por até 400 ovos, se proliferando muito rápido e gosta de umidade, comentou o Coordenador da Vigilância em Saúde Rogério Virgílio, que pede à população para comunicarem a Vigilância, caso os encontrem.
No local foi retirado uma grande quantidade de lixo, jogados ali pelas pessoas, como garrafas pets e latas de bebidas.
Mais uma vez a Vigilância pede a todos, os cuidados necessários com lixo, dando o destino adequado.
SAIBA MAIS
Caramujo Africano: Mitos e Verdades
É nativo da África e foi introduzido ilegalmente no Brasil nos anos 80 como alternativa ao escargot. Tempos depois se reproduziu descontroladamente na natureza e trouxe desequilíbrio ambiental ao competir com nossas espécies. Além disso, não possui predadores naturais no Brasil.
É verdade que ele transmite doenças? VERDADE
É no muco deste caramujo que podem ser encontrados parasitos que causam duas importantes zoonoses:
Angiostrongilíase Meningoencefálica Humana: causada pelo parasita Angiostrongylus cantonensis, os sintomas mais comuns são dor de cabeça muito intensa, febre, vômitos, rigidez de nuca, formigamento, dentre outros. Seu ciclo envolve roedores, portanto o controle de ratos auxilia na prevenção.
Angiostrongilíase abdominal: causada pelo parasita Angiostrongylus costaricensis, geralmente não manifesta sintomas, embora em alguns casos possam ocorrer dor abdominal, febre, inapetência, náuseas, vômito e diarreia.
As doenças são transmitidas apenas pelo contato direto com o molusco: MITO
São formas de transmissão: ingerir o caramujo cru ou mal cozido, consumir alimentos sem a correta higienização (frutas e verduras onde o caramujo gigante africano infectado tenha se deslizado) e ao manusear os caramujos e levar a mão à boca (fumando, por exemplo).
Qualquer caramujo, mesmo as espécies brasileiras, devem ser eliminadas: MITO
O caracol africano não deve ser confundido com a espécie nativa, o Megalobulimus sp! A incorreta identificação e eliminação da espécie brasileira pode causar desequilíbrio ecológico, além de configurar crime ambiental.
Como diferenciar? A concha do Achatina é mais alongada e pontiaguda, de coloração mais escura e possui mais giros. Já a concha do Megalobulimus sp é mais gorda, tem menos giros e sua abertura não é cortante.
O sal ajuda a matar o caramujo: MITO O uso de sal é ineficiente e prejudica o solo.
Posso utilizar algum veneno para espantar ou eliminá-lo: MITO E INCORRETO!
Não utilize veneno, devido ao risco de intoxicação a pessoas e animais. O único método eficaz é a longo prazo pela coleta e destruição das conchas e ovos.
O QUE FAZER AO ENCONTRAR O CARAMUJO AFRICANO?
Utilizando luva de borracha ou pá, catar o caramujo e os ovos até que desapareçam. Faça isso pela manhã ou no final da tarde.
Proteger pele e mucosas, não comendo, fumando ou bebendo na hora da coleta. Em caso de contato acidental lavar com água e sabão.
Coloque-os em uma solução de uma parte de cloro para três partes de água e deixe-os totalmente cobertos por 24 horas.
Retire a água e descarte os caramujos no lixo com as conchas quebradas (utilizando um martelo ou pisando com calçado adequado).
Coloque para a coleta de lixo comum em dois sacos plásticos.
Retire as luvas e lave bem as mãos.
Não jogue os animais vivos no lixo. As conchas vazias também devem ser recolhidas, pois podem tornar-se criadouros para o mosquito da dengue e outros insetos.
COMO FAZER PARA EVITAR QUE ELE APAREÇA EM MINHA CASA?
Realize capina periódica e mantenha o quintal sempre limpo.
COMO PREVENIR AS DOENÇAS?
Lave sempre as mãos após cuidar de hortas, manusear a terra ou objetos que possam ter tido contato com esses animais ou que lhe possam servir de abrigo;
Controlar os roedores;
Lave bem verduras e legumes, deixando-os de molho em solução (1 colher de chá de cloro para cada 1L água) por 15 a 30 minutos;
Não coma os caramujos nem os utilize como isca;
Não permita que crianças manuseiem ou brinquem com moluscos. É proibida a sua criação.
Monte Sião